segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Limpo e bom?

Produto orgânico e o seu sabor.

Produções limpas e sustentáveis criam todas as condições para o bom. Os solos não estressados ou mortos por substâncias desnaturais dão frutos melhores. Animais criados com naturalidade, sem pressa e sem querer superar os limites estruturais de uma atividade como a criação podem ter características organolépticas de carne e leite absolutamente incomparáveis as dos animais explorados,"drogados", mantidos em condições miseráveis em estábulos onde o espaço é estreito, sem nenhuma preocupação com seu bem estar.
Ambientes agrícolas onde o ecossistema é respeitado oferecem condições para se produzir melhor: as atividades de processamento que respeitam a matéria-prima sem a adição de produtos químicos ou sem tratamentos desnaturais transmitem melhor os gostos. Um produto que não viaja grandes distâncias será mais fresco e conservará melhor seu sabor.
O limpo cria condições para o bom. Mas a equação limpo igual a bom não vale, porque um produto bom não é necessariamente limpo. Um produto limpo, que atenda a todos os pré-requisitos para ser bom, se deixado à imperícia dos produtores pode se tornar ruim, há produtos da agricultura orgânica de gosto inaceitável. Não se pode apenas procurar o valor adicionado de uma produção que não prejudica o ambiente, devemos também trabalhar para obter o bom.

Referências: PETRINI, Carlo. Slow Food: princípios da nova gastronomia. Ed. Senac, 2009.


Depois de muito tempo parado resolvi voltar a escrever e voltei escrevendo sobre a valorização do alimento orgânico e o seu sabor . Tive como referência o livro de Carlo Petrini fundador e presidente do movimento internacional Slow Food.

Até!

Um comentário:

  1. Essas matérias dão fome. Só acho que está faltando uma matéria sobre Panificação!
    aheuehu
    abraço

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